terça-feira, 16 de setembro de 2014

Coronel e Major e mais outros oficiais são presos em operação todos acusados de corrupção
Foto do Coronel Fontenelle sendo preso 
Na manhã desta segunda-feira (15) O coronel Alexandre Fontenelle Ribeiro de Oliveira e o major Carlos Alexandre de Jesus Lucas foram detidos na operação contra uma quadrilha de policiais acusados de corrupção. Eles eram, respectivamente, comandantes e subcomandante do Comando de Operações Especiais (COE), ao qual estão subordinados o Batalhão de Operações Especiais (Bope), o Grupamento Aeromarítimo (GAM), e o Batalhão de Choque (BPChoq).O coronel Fontenelle era o terceiro na hierarquia da Polícia Militar e foi preso em casa. A quadrilha atuava principalmente no bairro de Bangu, na zona oeste do Rio. Também foram presos os majores Nilton João dos Prazeres Neto (chefe da 3ª Seção) e Edson Alexandre Pinto de Góes (coordenador de Operações), além dos capitães Rodrigo Leitão da Silva (chefe da 1ª Seção) e Walter Colchone Netto (chefe do Serviço Reservado) - todos lotados no 14º Batalhão (Bangu). Segundo informações os policiais cobravam propina de comerciantes, empresários, ambulantes, mototaxistas e motoristas de cooperativas de vans e de empresas transportadoras de carga na área do 14º BPM. Os acusados também agiam em empresas irregulares de transporte de mercadorias e na venda varejista de produtos piratas.
 O pagamento era divido entre os integrantes da quadrilha. Depois de pagar pelo serviço, a pessoa lesada recebia uma espécie de autorização oficiosa para continuar com suas atividades, sejam elas quais fossem. As propinas cobradas pela quadrilha variavam de R$ 30 a R$ 2.600 e eram cobradas diárias, semanal ou mensalmente, "como garantia de não reprimir qualquer ação criminosa, seja a atuação de mototaxistas, motoristas de vans e Kombis não autorizados, o transporte de cargas em situação irregular ou a venda de produtos piratas no comércio popular de Bangu", afirmou o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). Segundo o MPRJ, entre 2012 e o segundo semestre de 2013, os seis acusados e outras 80 pessoas, entre os quais policiais do 14° BPM, da 34ª DP (Bangu), da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM), além de PMs reformados, praticavam diversos crimes de concussão (extorsão cometida por servidor público) na área de atuação do 14° BPM.A denúncia, baseada em depoimentos de testemunhas, documentos e diálogos telefônicos interceptados com autorização judicial que compõem mais de 20 volumes de inquérito, aponta que o 14° BPM foi transformado em um verdadeiro 'balcão de negócios', numa verdadeira 'sociedade empresária S/A', em que os 'lucros' eram provenientes de arrecadação de propinas por parte de diversas equipes policiais responsáveis pelo policiamento ostensivo, sendo a principal parte dos 'lucros' (propinas) repassada para a denominada 'Administração', ou seja, para os oficiais militares integrantes do 'Estado-Maior', que detinham o controle do 14º BPM, o controle das estratégias, o controle das equipes subalternas e o poder hierárquico".Os acusados responderão na 1ª Vara Criminal de Bangu por associação criminosa armada, que não está prevista no Código Penal Militar. A pena é de dois a seis anos de reclusão. Os integrantes da quadrilha também serão responsabilizados pelo Ministério Público pelos diversos crimes de concussão, que serão apurados pela Auditoria de Justiça Militar estadual.


Alison Maia

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